Invariavelmente o começo de um novo ano traz consigo a ideia de uma folha em branco, novinha, pronta para se escrever qualquer coisa com uma letra muito bonita. E assim é. Mas à medida que o ano se adentra a disposição para escrever com letra bonita vai desaparecendo e a escrita vai-se tornando mais trapalhona. Vão aparecendo os rasurados e os riscos e, quase a chegar ao fim da folha, vai chegando também a vontade de descartar o rascunho e passar tudo a limpo numa página nova, com uma letra bonita.
Este começo de ano cheira a folha branquinha. Cheira um pouco a vontade de recomeçar, de fazer diferente. Cheira a esperança. Não quero passar nada a limpo. Quero começar a escrever. É difícil deixar de lado a ideia da letra bonitinha, sem riscos nem rasurados, mas quero tentar.
Neste começo de ano não fiz propósitos. Apenas pensei num desejo quando soou a meia noite. E não sei bem, mas talvez tenha decidido que este ano é que é.
Começo a perceber que não basta desejar algo, é preciso decidir que se vai ter.
Feliz 2011!
A vida não nos deixa editar, corrigir, "passar a limpo" o que está escrito, vivido. E, na verdade, talvez seja melhor assim porque, em vez de ir atrás corrigir andamos em frente e fazemos melhor. Bom ano para ti, e muita força para todos os desejos, propósitos ou mudanças que quiseres realizar.
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