Há quatro anos atrás uma amiga muito querida vivia um tempo de profunda desolação. Um tempo em que nada parecia ter sentido. Um tempo que ela baptizou como o Annus Horribilis. Estive, de alguma forma, presente nesse tempo. Não totalmente, não plenamente, porque o sofrimento do outro faz eco e dói em mim. Só hoje consigo perceber isto. Que não consigo estar presente à dor do outro quando ela é demasiado intensa. E percebi-o, por estes dias, precisamente recordando esta pessoa e as férias que passámos juntas nesse ano.
Nessa altura eu vislumbrava, apesar de tudo e apesar da dor, que ela passaria pelo fogo e que não seria nunca um piruá sem destino. Aliás, nessa altura usei outra metáfora, a do fio de teia de aranha que se transformaria, com o tempo, numa pequena grande teia rendilhada.
Hoje fui espreitar o planeta dela e dei de caras com algo que me emocionou profundamente. Afinal a minha querida amiga não transformou o seu fio numa pequena grande teia, mas numa grande grande teia rendilhada, tecida da sabedoria que só tem quem passou pelo fogo.
PS - Piquenina, hoje és tu que tens que perdoar a minha inconfidência! O Xi-coração é enorme e o quentinho é maior que nunca.
oooooooh tão bonito.
ResponderEliminarachas mesmo??? às vezes não me sinto nada assim, mas reconheço que tudo o que passei me ajudou a atingir um nível diferente e uma forma diferente de encarar a vida.
obrigada por estares sempre! bjinhos muito muito abraçadinhos!
Acho mesmo. E acho também que este é um processo que nunca está completo. Que tem que ser continuamente refeito. A teia quebra-se, rebenta, rasga-se. Há que ir reparando. Mas o caminho que está feito, está feito.
ResponderEliminar;)
:') emocionou
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