quarta-feira, 1 de abril de 2009

Há fases da vida assim...


Há fases em que estamos fechados. Fechados aos outros, às circunstâncias, à vida, a nós mesmos. Há fases em que parece que nada corre bem, em que parece que nada de novo acontece, que a vida é a mesmice de sempre.
Há fases em que o desânimo e a solidão parecem tomar conta de nós, em que parece não haver esperança.

Mas depois há fases em que as surpresas parecem atropelar-se umas às outras. As alegrias e as novidades multiplicam-se e fazem com que os dias pareçam não ter fim.
Há fases em que tudo é tão bom que se deseja estar atento a todas as coisas porque atrás de uma porta pode estar uma surpresa que será, certamente, do melhor que há. E viver assim é, no mínimo, entusiasmante.

Uma amiga publicou há pouco tempo no seu blog excertos de um livro que leu e que a marcou. Um deles dizia que "só podemos perder algo que temos, não algo que somos" (e que aliás é a frase do dia de ontem).
Há uma parte de mim, uma forma muito particular de ser, que eu julguei perdida algures no passado, há muito tempo. Sinto-a de volta. Não a podia ter perdido e ainda bem.
E isto não é apenas uma experiência subjectiva, mas uma experiência que é fruto de vários gestos de reconhecimento externo. Há pessoas a convidarem-me para integrar projectos, para participar em actividades. Há pessoas a reconhecer e a premiar o meu mérito académico. Há pessoas a convidarem-me a ser mais eu, a relacionar-me de uma forma mais profunda, a preocupar-me mais comigo. Há pessoas que simplesmente ficam felizes porque eu estou feliz.

Apesar de saber que há fases em que sou fechada, desanimada e sem esperança e que essas fases voltarão num momento qualquer da vida, que até pode ser já amanhã, viver a vida de hoje é mesmo muito bom!

3 comentários:

  1. Pois é, como dizes, são fases...
    nossas, não da vida.
    Há fases em que não vemos surpresas em lado nenhum, e eu acho que é por falta de gratidão pela dom da vida.
    Fases em que tudo é bom.
    E fases em que tudo parece mau... mas esquecemo-nos que, como alguém disse um dia: "às vezes não conseguirmos o que queremos é um golpe de sorte..."
    Mas todas as fases servem para nos ensinar alguma coisa.

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  2. É mesmo muito bom!
    Para mim, nesta fase, é o essencial.
    O ontem já foi vivido e com ele aprendemos.
    O amanhã ainda não chegou e não sabemos o que nos reservará, por isso nada como aproveitar cada dia com a serenidade de S. Francisco.
    Abraço

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