terça-feira, 28 de abril de 2009

O medo

O medo é uma resposta emocional à ameaça e ao perigo. É um mecanismo de sobrevivência que ocorre em resposta a estímulos específicos como a dor ou a ameaça da dor e está relacionado com comportamentos específicos de fuga e evitamento. Deve ser distinguido da ansiedade, que ocorre, tipicamente, sem que exista uma ameaça externa.
Todos temos medo e é bom que assim seja. É um mecanismo adaptativo através do qual mantemos a nossa integridade física, a nossa sobrevivência. Dizem os psicólogos evolucionistas que ainda hoje temos medo de cobras porque elas eram uma ameaça à sobrevivência dos nossos antepassados que viviam nas savanas. Herdamos esse medo, embora hoje os acidentes de automóvel sejam mais fatais que as mordeduras de cobra. 
Seja como for, todos temos medo. Todos sentimos o coração a disparar perante um estímulo ameaçador.
De igual forma, todos sentimos ansiedade. Que é como quem diz: todos temos medo de coisas que não são propriamente uma ameaça à nossa sobrevivência, mas que de alguma forma nos provocam dor ou percepcionamos como uma ameaça de dor e que, portanto, evitamos.
Temos medo e fugimos da carência, da rejeição, da banalidade, do vazio, da atitude errada, do sofrimento, da fraqueza, do conflito, da irritação. Sem nos darmos conta, alimentamos pensamentos negativos que têm a ver com os nossos medos, sejam eles quais forem. E quanto mais tentamos não pensar, mais pensamos.
Experimentem este exercício: durante um minuto, não pensem num elefante branco; podem pensar em tudo o que quiserem, menos num elefante branco. Eu, por exemplo, consigo ver elefantes de todas as cores, cinzentos, vermelhos, azuis, cor-de-rosa, às bolinhas, uma grande manada de elefantes, mas não consigo evitar que o elefante branco se passeie no meio dos outros todos.
A ideia tão generalizada, mas tão pouco concretizada, de que temos que pensar de forma positiva tem a ver com tudo isto. Trata-se de encontrarmos alternativas positivas para os nossos pensamentos negativos, para os nossos medos. Não é dizer que não vou pensar mais em elefantes brancos, mas antes que é mais interessante e mais construtivo para mim pensar em elefantes cor-de-rosa às bolinhas verdes, com trombas azul metalizado. Pelo menos é, em última análise, mais divertido (mas nem sempre tão fácil como parece)!

1 comentário:

  1. E que tal confrontarmos esse elefante branco? Perguntar-lhe porque não é ele de uma côr mais divertida? Ou perguntarmo-nos, a nós, porque não gostamos do elefante branco, o que podemos fazer para o aceitar?

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